terça-feira, 17 de junho de 2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

NIETZSCHE E O SAPO

"Ô vida boa, sapo caiu na lagoa..."


É o sapo em seu habitat natural, sem controle, vivendo a vida como deve ser vivida.


Por isto a canção diz: "Ô vida boa!"



E nosso habitat? Qual é?
Para Nietzsche, é o lago das emoções. É ali que nos encontramos e somos felizes. Um lago natural, sem regras para banhistas.
Por séculos, acusa Nietzsche, os racionalistas impuseram ao ser humano um modo de viver não-natural, impingindo a todos normas de conduta que vão contra a natureza humana.
Esta visão segue em vigência ainda hoje como regra geral.
É como se obrigassem o sapo a viver numa terra árida.
Querer que os seres humanos sigam as regras da razão é forçar a fazer algo diferente daquilo que somos naturalmente propensos a fazer. É viver uma vida de mentira!
É como se um camelo (racionalista), por ser forte no deserto, obrigasse os sapos a viverem lá com ele, seguindo suas normas e fazendo os sapos acreditarem que, se quisessem sair de lá, iriam cair num abismo de fogo.
Sabemos que Sapos não foram feitos para viver no deserto.
Sapos vivem naturalmente próximos a lagoas.
Assim como os humanos devem naturalmente seguir seus instintos e não sua razão.
É o Mito da Caverna às avessas!
Para Nietzsche, os sapos precisam voltar à lagoa para viver verdadeiramente.
Viver verdadeiramente é viver com emoção, viver racionalmente é viver preso.
E nascemos para viver livres!
Então, a verdade nos libertará? 
Não! É a liberdade que nos leva à verdade.
Não se pode viver a verdade se é a razão quem nos diz como agir, coagindo-nos.
A mentira aprisiona a emoção.
E a razão é, ao mesmo tempo, carrasco e o juiz.
Nademos, então, no lago das emoções, como um sapo feliz!