quinta-feira, 7 de abril de 2016


O ESPELHO

Dia destes, vendo um filme de época, reparei que havia um desses espelhos que giram em que o outro lado é opaco.

Fiquei pensando: por que giram se o outro lado é inútil?

Ora, espelhos servem para que tenhamos a oportunidade de corrigir alguns detalhes fora do lugar; um fio de cabelo rebelde, sobrancelhas desalinhadas, verificar a silhueta e a combinação das roupas, assim como nos propor a fazer uma dieta que começará na segunda-feira seguinte.

Isto remete meu pensamento à uma frase muito comum de ser dita ou escrita, principalmente no facebook: “Não me interessa o que os outros pensam ou falam de mim”.

Penso que deveria! Não porque deve seguir os outros, mas como uma oportunidade de olhar para dentro de si. Até por que ninguém diz “não me interessa o que pensam de mim” respondendo a um elogio. Geralmente nós a dizemos como uma afronta, de forma orgulhosa, com a mão na cintura, corpo levemente inclinado e olhos esbugalhados… Se tal opinião for dada por uma pessoa, tipo a vizinha fofoqueira, deve ser realmente ignorada, mas quando 20, 30, 100 pessoas dizem o mesmo, aproveite e a utilize como um espelho.

Foi então que entendi a função do outro lado do espelho que gira: quando a gente não gosta do que vê, a gente simplesmente gira de lado e zupt, tudo sai de nossos olhos como um passe de mágica.

É como dizer “não interessa a opinião do espelho sobre mim”.

Não faça da opinião que tenham sobre você um espelho que gira; antes, aproveite para fazer os retoques possíveis e não espere para segunda-feira.


Como Sócrates disse: Conhece-te a ti mesmo!