Schopenhauer era uma personalidade interessante e, de certa
forma, contraditório.
Via na ascese o bem viver, uma mistura de epicurismo com
budismo.
Sua personalidade melancólica batia de frente com sua retórica
contundente.
Afirmava que “viver é sofrer”. E sofria...
Ia aos cafés à tarde acompanhado de seu cãozinho poodle.
Confio naqueles que gostam de cães. Isto demonstra que reconhece as qualidades
do animal, que caem bem aos humanos.
Dizem que sua crítica a Hegel era por despeito, já que este
era reconhecido e Schopenhauer não. Não creio! Seu ressentimento não partia daí,
mas de sua visão de mundo. A morte era a única solução e só nela encontraríamos a serenidade. Nela, não há desejo, não havendo sofrimento. Mortos, não desejamos, não sentimos a infelicidade, pois a infelicidade vem do descontentamento eterno dos vivos. Enquanto houver vida, há desejo; e enquanto houver desejo, não há realização plena. Então não há saída enquanto houver vida, sendo único caminho a morte.
Acreditava no amor como meta de vida, mas ele nada tem a ver
com felicidade .
Eis algumas de suas frases:
“As pessoas tomam os limites de seu campo de visão como se
fossem os limites do mundo.”
- Frase anti-sofista, pois esta corrente acreditava ser o
homem “a medida de todas as coisas”.
“Em pessoas de capacidade limitada, modéstia não passa de
mera honestidade; nas que possuem grande talento, é hipocrisia.”
“Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa a
existência lhe parece.”
- Como ateu, pensava que ao crente bastava acreditar em Deus
e pronto, tudo estaria esclarecido, muito simples.
“A felicidade jamais foi considerada inoportuna.”
- Esta frase está mais como lamento do que para um elogio à
felicidade. O que quer dizer que ela pode ser questionada.