quinta-feira, 20 de outubro de 2016

ACEITAÇÃO E FÉ




A religião me apresentou Deus, que eu não vejo…
A Ciência me apresentou o átomo, que não vejo…
E o corpo me apresentou o amor, que não mensuro.
Só me resta acreditar
E aceitar…
Sou feito de aceitação e fé!

sábado, 8 de outubro de 2016

EPICURO E O BEM VIVER

VIVER É SABOREAR

 Resultado de imagem para imagens  E FRASE DE EPICURO

“Um velho calção de banho
Um dia prá vadiar
O mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois, na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de côco
É bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã”
(Toquinho)




EPICURO

"As pessoas felizes lembram do passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo"




               Epicuro viveu numa Grécia dominada pelos macedônios e a velha democracia ateniense havia ficado para trás. Como não havia o que discutir sobre política, cabia ao filósofo de sua época refletir sobre o valor existencial do ser humano, procurando as melhores formas de viver. Por isso, sua filosofia mirava o dia-a-dia, já que para ele não haveria como mudar o passado e preocupar-se com o futuro era sofrer antecipadamente; do primeiro lembrava-se das alegrias, do segundo, fazia-se tão somente projeções favoráveis. Residia num local chamado Jardim, que também servia de escola para seus ensinamentos, bem ao seu estilo: um lugar tranqüilo, onde se podia cultivar as amizades que, para ele, era a mais completa forma de amor, embora para a maioria das pessoas esta seja através do casamento e da família.

            O filósofo havia passado por mais uma crise renal. As ervas fizeram efeito e as dores por ora não lhe atormentavam tanto. Por isso mesmo, para Epicuro, viver bem significava viver sem dor. Porém, havia consumido toda a erva com a qual se medicava pacificando sua existência e agora deveria ir buscar mais, prevenindo-se para a nova crise renal que provavelmente viria quando menos esperasse.

             A caminho da residência da velha senhora que lhes dava as ervas, Epicuro encontrou um jovem fazendo suas orações à beira da estrada, junto às imagens de alguns deuses. O jovem, ao avistá-lo, foi ao seu encontro:

        - Mestre, fui chamado à guerra e estou fazendo minhas orações junto aos deuses para que me protejam – Disse-lhe o rapaz com certa alegria pela honra de ser agora um soldado.

        - Se estás alegre com o momento, aproveite-o, pois os próximos serão duros. Porém, não perca tempo com os deuses, pois eles não se importam conosco. – Respondeu Epicuro.

              - Falo com os deuses porque estou com medo de morrer na guerra – Confessou o jovem.

          - Também não deves te preocupar com a morte, pois enquanto estás vivo, ela não está presente e, quando morto, já não poderá senti-la, porque não temos mais posse de nossos sentidos. – Ensinou Epicuro.

             - Então, como deverá ser meu futuro? Vou morrer na guerra? Será que voltarei como herói? – Perguntou o jovem.

         - Se ficares preso à preocupação quanto ao destino, esquecerás de viver o presente e isto não é bom. Ao tempo em que estás aqui, orando a deuses que não te escutam, ou preocupado com o destino e a morte que não se fazem presentes, poderias estar com aqueles que ama e gozar de momentos agradáveis com eles. Vá para casa e goze da companhia deles enquanto há tempo, pois talvez não poderás fazê-lo no futuro – Orientou Epicuro.

         Então o jovem resolveu seguir os conselhos do mestre. Enquanto saía, ainda teve tempo de ouvir de Epicuro um último conselho:

          - E faça suas refeições, sempre que possível, de forma moderada para não passar mal; e acompanhada de amigos ou familiares, porque comer acompanhado é mais agradável que comer sozinho...



LIÇÕES DO MESTRE

Epicuro sofria com as constantes dores nos rins por conta de cálculos renais. A dor, portanto, era seu maior tormento. Como parte de sua filosofia era refletir sobre o bem viver, logo desenvolveu a tese de que a vida boa era uma vida sem sofrimento, seja ele físico, psíquico ou qualquer outro que levasse a pessoa a sofrer. Chegou à conclusão de que uma vida feliz e plena era a vida voltada ao prazer; porém, um prazer contido, que apaziguasse a alma e tranquilizasse o corpo. Condenava o exagero, a preocupação com o futuro, o apego às coisas e o medo da morte. A noção de prazer, portanto, tem a ver com a ataraxia, que é o controle dos desejos e os medos, pois controlando os desejos diminuem a necessidade e a ansiedade, exercendo-se o auto-domínio. Menores necessidades criam menos expectativas, levando a pessoa a um contentamento mais constante e uma felicidade duradoura. Assim, Epicuro nos ensina que a felicidade não está nas coisas, mas em nós. Vivia numa residência afastada da cidade chamada de “Jardim”, onde também funcionava sua escola, local de reunião de seus seguidores. Portanto, vivia conforme ensinava, pois afastar-se da cidade representava fugir dos problemas gerados por ela, como o embate político, por exemplo. Assim, afastava-se de tudo que pudesse trazer preocupação, prezava mais a amizade como forma de amor do que o casamento, pois a amizade não trazia a passionalidade e o apego, entre outros problemas, que o casamento trazia. Viver bem, então, tem mais a ver com aquilo que evitamos, do que com aquilo que almejamos como objetivo, pois lutar por um objetivo, de forma obstinada, é uma forma de sofrimento. Epicuro ensina a recordar as coisas boas do passado, a ver o futuro com boas perspectivas, sem deixar de viver o presente, saboreando cada momento como se fosse o último, evitando o sofrimento.



Na Pista do DJ Epicuro

         A calma e a tranqüilidade são os temas frequentes na discoteca do Dj Epicuro.

         Poderia iniciar com “Soul Parsifal” (Alma tranquila), de Renato Russo, que diz: “estive cansado, meu orgulho me deixou cansado, minha vaidade me deixou cansado...”, numa reflexão sobre a vida desejante de alguém que agora se dedica a estar na varanda, fazendo cestos.

          Poderia seguir com Dazaranha e sua música “Vagabundo Confesso”, que diz: “Sou vagabundo eu confesso, da turma de 71, já rodei o mundo e nunca pude encontrar lugar melhor para um vagabundo que um rio à beira-mar...”

         E a festa seguiria com muito reggae, num luau à beira-mar.