VIVER É SABOREAR
“Um velho calção de banho
Um dia prá vadiar
O mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois, na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de côco
É bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã”
(Toquinho)
EPICURO
"As pessoas felizes lembram do passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo"
"As pessoas felizes lembram do passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo"
Epicuro viveu numa Grécia
dominada pelos macedônios e a velha democracia ateniense havia ficado para
trás. Como não havia o que discutir sobre política, cabia ao filósofo de sua
época refletir sobre o valor existencial do ser humano, procurando as melhores
formas de viver. Por isso, sua filosofia mirava o dia-a-dia, já que para ele
não haveria como mudar o passado e preocupar-se com o futuro era sofrer
antecipadamente; do primeiro lembrava-se das alegrias, do segundo, fazia-se tão
somente projeções favoráveis. Residia num local chamado Jardim, que também
servia de escola para seus ensinamentos, bem ao seu estilo: um lugar tranqüilo,
onde se podia cultivar as amizades que, para ele, era a mais completa forma de
amor, embora para a maioria das pessoas esta seja através do casamento e da família.
O filósofo havia passado por mais uma crise renal. As ervas fizeram efeito e as dores por ora não lhe atormentavam tanto. Por isso mesmo, para Epicuro, viver bem significava viver sem dor. Porém, havia consumido toda a erva com a qual se medicava pacificando sua existência e agora deveria ir buscar mais, prevenindo-se para a nova crise renal que provavelmente viria quando menos esperasse.
O filósofo havia passado por mais uma crise renal. As ervas fizeram efeito e as dores por ora não lhe atormentavam tanto. Por isso mesmo, para Epicuro, viver bem significava viver sem dor. Porém, havia consumido toda a erva com a qual se medicava pacificando sua existência e agora deveria ir buscar mais, prevenindo-se para a nova crise renal que provavelmente viria quando menos esperasse.
A caminho da residência da velha
senhora que lhes dava as ervas, Epicuro encontrou um jovem fazendo suas orações
à beira da estrada, junto às imagens de alguns deuses. O jovem, ao avistá-lo, foi
ao seu encontro:
- Mestre, fui chamado à guerra e estou
fazendo minhas orações junto aos deuses para que me protejam – Disse-lhe o rapaz com
certa alegria pela honra de ser agora um soldado.
- Se estás alegre com o momento,
aproveite-o, pois os próximos serão duros. Porém, não perca tempo com os
deuses, pois eles não se importam conosco. – Respondeu Epicuro.
- Falo com os deuses porque estou
com medo de morrer na guerra – Confessou o jovem.
- Também não deves te preocupar
com a morte, pois enquanto estás vivo, ela não está presente e, quando morto,
já não poderá senti-la, porque não temos mais posse de nossos sentidos. – Ensinou
Epicuro.
- Então, como deverá ser meu
futuro? Vou morrer na guerra? Será que voltarei como herói? – Perguntou o jovem.
- Se ficares preso à preocupação
quanto ao destino, esquecerás de viver o presente e isto não é bom. Ao tempo em
que estás aqui, orando a deuses que não te escutam, ou preocupado com o destino
e a morte que não se fazem presentes, poderias estar com aqueles que ama e
gozar de momentos agradáveis com eles. Vá para casa e goze da companhia deles
enquanto há tempo, pois talvez não poderás fazê-lo no futuro – Orientou Epicuro.
Então o jovem resolveu seguir os
conselhos do mestre. Enquanto saía, ainda teve tempo de ouvir de Epicuro um
último conselho:
- E faça suas refeições, sempre
que possível, de forma moderada para não passar mal; e acompanhada de amigos ou
familiares, porque comer acompanhado é mais agradável que comer sozinho...
LIÇÕES DO MESTRE
Epicuro sofria com as constantes dores nos rins por
conta de cálculos renais. A dor, portanto, era seu maior tormento. Como parte
de sua filosofia era refletir sobre o bem viver, logo desenvolveu a tese de que
a vida boa era uma vida sem sofrimento, seja ele físico, psíquico ou qualquer
outro que levasse a pessoa a sofrer. Chegou à conclusão de que uma vida feliz e
plena era a vida voltada ao prazer; porém, um prazer contido, que apaziguasse a alma e
tranquilizasse o corpo. Condenava o exagero, a preocupação com o futuro, o
apego às coisas e o medo da morte. A noção de prazer, portanto, tem a ver com a
ataraxia, que é o controle dos desejos e os medos, pois controlando os desejos diminuem a necessidade
e a ansiedade, exercendo-se o auto-domínio. Menores necessidades criam menos
expectativas, levando a pessoa a um contentamento mais constante e uma
felicidade duradoura. Assim, Epicuro nos ensina que a felicidade não está nas
coisas, mas em nós. Vivia numa residência afastada da cidade chamada de “Jardim”,
onde também funcionava sua escola, local de reunião de seus seguidores. Portanto,
vivia conforme ensinava, pois afastar-se da cidade representava fugir dos
problemas gerados por ela, como o embate político, por exemplo. Assim,
afastava-se de tudo que pudesse trazer preocupação, prezava mais a amizade como
forma de amor do que o casamento, pois a amizade não trazia a passionalidade e
o apego, entre outros problemas, que o casamento trazia. Viver bem, então, tem mais
a ver com aquilo que evitamos, do que com aquilo que almejamos como objetivo,
pois lutar por um objetivo, de forma obstinada, é uma forma de sofrimento. Epicuro ensina a recordar as coisas boas do passado, a ver o futuro com boas perspectivas, sem deixar de viver o presente, saboreando cada momento como se fosse o último, evitando o sofrimento.
Na Pista do DJ Epicuro
A calma e a tranqüilidade
são os temas frequentes na discoteca do Dj Epicuro.
Poderia
iniciar com “Soul Parsifal” (Alma tranquila), de Renato Russo, que diz: “estive
cansado, meu orgulho me deixou cansado, minha vaidade me deixou cansado...”,
numa reflexão sobre a vida desejante de alguém que agora se dedica a estar na
varanda, fazendo cestos.
Poderia
seguir com Dazaranha e sua música “Vagabundo Confesso”, que diz: “Sou vagabundo
eu confesso, da turma de 71, já rodei o mundo e nunca pude encontrar lugar
melhor para um vagabundo que um rio à beira-mar...”
E a festa
seguiria com muito reggae, num luau à beira-mar.
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