Sei não... Diz-se que a escuridão é tão somente a ausência de luz, que as trevas em si não existem. Este é um princípio em que Santo Agostinho se baseou para explicar a presença do mal no mundo, uma vez que Deus, sendo bom, não poderia ser seu criador.
Santo Agostinho explicou que o mal seria resultado da escolha pelo afastamento das coisas de Deus, tal e qual a luz se afasta de um ambiente. Sempre que nos afastamos do que Deus quer o mal aparece. Por exemplo: Deus criou o amor... Sempre que praticamos algo que contrarie um ato de amor, estamos na verdade nos afastando de Deus e daquilo que ele criou, que é bom, tal como a luz e seu efeito na escuridão.
Assim, um ato de violência nos afasta da paz,
O ódio nos afasta do perdão,
A discórdia nos afasta da concórdia...
E quanto aos males que independem de nossas ações, tal como uma doença?
Isto também seria um afastamento, uma vez que a normalidade estaria na saúde e não na doença, que seria uma anomalia. A volta à normalidade, portanto, seria a cura através do tratamento.
O certo é que não queremos o mal... Isto é uma convenção universal. E serve também como princípio norteador àquelas pessoas que julgamos más segundo nossos princípios.
A ideia do bem nos persegue, como ensinou Aristóteles, pois todos guardamos conosco e somos atraídos pelo que é bom e justo, ainda que estas concepções difiram de pessoa para pessoa. Para Platão, esse anseio vem da alma.
A cura é a volta à luz para as doenças da alma, e a volta à saúde para as doenças do corpo.
A cura é, portanto, um caminho de volta.
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