quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Banquete - Alunos Debatem Sobre Conhecimento

A turma de Filosofia II / 2º semestre de 2013 da EMEB João de Barro fez uma representação de "O Banquete" do filósofo grego Platão. Cada aluno representou um filósofo e defendeu as ideias de seu pensador como se fosse o próprio.
Agatão, o mesmo anfitrião de "O Banquete", desta vez estendeu convites perpassando a história do pensamento e o tema posto em questão foi o conhecimento.

Os diálogos foram filmados em DV pelo Professor Jeferson, de Sociologia e as fotos aqui expostas foram tiradas do vídeo.




Participaram, além do próprio Platão, Sócrates, Aristóteles, Protágoras, Epicuro, John Stuart Mills, Thomas Hobbes, David Hume, Renee Descartes, Immanuel Kant, Nietzsche, Sartre e Edmund Husserl. 

Rousseau, Agostinho e Sêneca receberam convites, mas não se fizeram presentes.

Abaixo, alguns argumentos filosóficos acerca do conhecimento:


Descartes 
 por Henrique D'Ávila (foto)
De tudo duvido, até de minha existência, só não posso duvidar de que eu duvido. Se eu duvido, eu penso; se eu penso, eu existo. Somente a razão tem a faculdade de pensar, então somente ela é capaz de conhecer.



David Hume 
 por Estevão Garcia Fonseca (foto)
Todo conhecimento deriva da experiência, pois todas nossas ideias têm origem na impressão dos sentidos. Não há conhecimento fora das impressões dos sentidos, pois não há ideia sem uma impressão prévia. As ideias são memórias enfraquecidas no pensamento, enquanto que os sentidos são vivos e intensos. 



Sócrates 
 por Amanda Lemos Fonseca (foto)
Só sei que nada sei e quanto mais sei, mais sei que nada sei. Eis a minha máxima. Parto do princípio de que é preciso despojar-se da arrogância como atitude importante de iniciação ao conhecimento verdadeiro. É preciso um método em que perguntas atinjam uma verdade que seja universal e inquestionável, despojando-se das crenças e atingindo a luz através da razão.

Protágoras 
 por Guimel Ramos da Veiga (foto)

O homem é a medida de todas as coisas, das que conhece e das que não conhece. Quero dizer que a medida do conhecimento é particular segundo a capacidade de cada indivíduo em conhecer. Assim, não existe conhecimento pleno, pois não há como conhecer tudo; nem verdades absolutas. Tudo é relativo a cada indivíduo.



Platão 
 por Felipe Nunes (foto)
Somos constituídos de corpo e alma. A alma é relativa ao mundo das ideias, onde tudo é perfeito e imutável. O corpo pertence ao mundo sensível e é falível como são os sentidos. A alma, antes de chegar ao corpo, já participara do mundo das ideias e seu contato com o mundo sensível a fez esquecer do que é bom e belo, afastando-a do conhecimento. As experiências apenas fazem a alma relembrar do que já conhecia do mundo das ideias. Os sentidos são passíveis de engano, então é preciso entregar à razão a tarefa de conhecer.

Aristóteles 
 por Tainá da Silva Pires (foto)
Amo Platão, meu mestre, mas amo mais a verdade! Digo que não há conhecimento que não tenha passado pelos sentidos. A razão fica com a tarefa de dominar as paixões e inclinações para que possamos viver equilibradamente. Alma e corpo pertencem a um mesmo mundo natural, fazendo ambos parte da nossa natureza e o estudo dela é que nos traz respostas. Portanto, o conhecimento vem da pesquisa, é na ciência que o encontramos.



Friedrich Nietzsche 
 por Leonardo M. P. Oliveira (foto)
Discordo de que as paixões devam ser dominadas; ao contrário, são elas que impulsionam a vida. Esta busca por tudo conhecer é desnecessário e os racionalistas colocam sem razão a própria razão num pedestral. Essa preocupação limita o intenso viver, pois nem tudo é facultado conhecer, somente aquilo que está possibilitado à razão humana. Portanto, devemos nos preocupar com o que podemos conhecer e deixar de lado aquilo que nos é impossibilitado. O homem não quer conhecer por vontade, mas por temer o desconhecido.

Epicuro 
 por Márcio Filipe Rodrigues (foto) 

Concordo de que busca desnecessária traz inquietude e atrapalha o bem viver. O conhecimento tem origem nos sentidos e valorizo a experiência imediata que forma, junto com os conhecimentos anteriores, o verdadeiro conhecimento. Então, posso concluir que o conhecimento se revela num conjunto de percepções arquivadas em nossa memória.

  


Immanuel Kant 
 por Mariane Gomes Kluge (foto)


Penso que existe o conhecimento a priori, relativo à razão, intrínseco a nós, independente da experiência, que não precisamos vivenciar para conhecer e existe também o conhecimento a posteriori, que só se adquire após vivenciar. Somos este conjunto de saberes: alguns já possuímos em nossa consciência, outros adquirimos através da experiência. 


John Stuart Mills 
 por João Pierre Silva dos Santos (foto) 

Todo conhecimento vem da experiência que pode ser intuitivo ou inferido. Intuitivo é aquele que eu vivencio ou vi, como por exemplo, quando sinto uma dor; não há dúvida de que eu a estou sentindo. Inferido é aquele que aprendi através de um meio exterior, como por exemplo, que o Brasil foi campeão em 1958; eu não presenciei, mas a pesquisa e análise de fatos que disponho me farão inferir que o fato é verdadeiro.


Thomas Hobbes 
 por Fricieli Costa Fernandes (foto)
A mente humana é desprovida de qualquer representação anterior à experiência. As reações humanas apresentam-se como vivências, sentimentos e impulsos. Então, como conhecemos? Em primeiro lugar vem a sensação, ilusória e aparente, não estando nos objetos, mas provindo deles. Depois temos a imaginação, que é a ilusão que se guarda na memória, sendo esta a lembrança da ilusão presente; chega-se, então, à experiência, fonte do conhecimento.

Jean Paul-Sartre 
 por Rafaela Soares de Vargas (foto) 

As ideias ou as essências não são anteriores às coisas, pois não se acham previamente contidas, nem na inteligência de Deus, nem na inteligência dos homens. Assim acontece com o conhecimento. Temos o conhecimento intelectual, relativo à universalidade e à essência, que não passam de meras possibilidades, portanto inexistentes; e o conhecimento sensível, que é aquele em contato com os seres contingentes e particulares, os únicos que realmente existem e, portanto, possíveis de conhecer.

Edmund Husserl 
 por Djuli Angel Barbosa Braga (foto)
Para que haja conhecimento é preciso a interação entre o sujeito e o objeto. A forma como o sujeito percebe o objeto é o fenômeno, aquele que se apresenta. O conhecimento se dá quando o sujeito entra na esfera do objeto, capta as suas características e,  ao voltar para si, percebe que a imagem permanece, mas ele, sujeito, agora está modificado pela imagem do objeto que nele nasceu. Conhecer resume-se ao ato de como o sujeito capta o fenômeno, faz dele uma imagem e dá a essa imagem uma significação.

Outras imagens:


Momento descontraído do debate. Os alunos se divertiram com alguns argumentos utilizados pelos colegas. 

Porém, diversos momentos foram de debate acalorado, como o da imagem abaixo em que Sócrates (Amanda) interpela Nietzsche (Leonardo), observado por Epicuro (Márcio) que, mantendo sua habitual tranquilidade apaziguadora, sempre procurou a paz entre os debatentes.





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